DICAS DE FOTOGRAFIA EM ESTÚDIO

Fotografar é ser capaz de enxergar o que as demais pessoas não conseguem ver

Por João Lisboa

Imagem Brasilio Estudio

“Enxergar” os sonhos de alguém é algo que exige sensibilidade – e o resultado, via de regra, é fantástico! Todos nós temos sonhos – ou, na pior das hipóteses, em certos momentos da vida, sonhamos ser algo que não podemos ser.

Para fotografar alguém em seu próprio sonho, são necessários diversos fatores em combinação. É fundamental, por exemplo, um bom diálogo com a (o) modelo, para se obter o máximo de informações. Além disso, uma trilha sonora apropriada é útil para se criar o clima adequado.

Para ilustrar esse artigo, apresentamos um ensaio fotográfico com uma mulher que sonhava ser uma freira.

 

O SONHO

A modelo nos procurou querendo ser fotografada assim: caracterizada como uma freira. Com antecedência, agilizamos os preparativos para o ensaio: aluguel de roupas, locação, projeto de iluminação, escolha da trilha sonora etc.

 

O ENSAIO

A roupa foi alugada em uma loja de fantasias. A locação foi um galpão desocupado e a trilha sonora utilizada, um CD de músicas sacras interpretadas por monges beneditinos. A câmera era uma Canon EOS 1 analógica – e o filme, um Press 800 “puxado” um ponto, ou seja, para ISO 1600.

Tal processo foi utilizado para compensar a pouca luz de cena (na verdade, um único refletor de teatro, proporcionando uma atmosfera dramática e muito favorável ao tema).

É claro que, a princípio, houve certa timidez por parte da modelo – afinal, não se tratava de uma profissional. Resolvemos a questão com uma conversa informal, pontuada por assuntos aleatórios. Esta é uma estratégia simples para “quebrar o gelo” e deixar as pessoas mais à vontade. O trabalho flui melhor para ambas as partes e o resultado costuma ser muito bom.

Converse de forma descontraída, procurando saber o tipo de música predileto da (o) modelo. Lembrando que toda essa preparação é apenas a “porta de entrada” para o ensaio, que deve exigir muita concentração, criatividade e entrega do fotógrafo. Clicar sonhos alheios é uma tarefa fascinante, mas que exige uma boa dose de perspicácia.

Um último lembrete: no caso deste ensaio, quase não utilizamos maquiagem na modelo. Não apenas pelo fato de a “personagem” ser uma freira, mas porque tal elemento, quando não é bem dosado, pode inibir a interpretação da (o) modelo e comprometer o resultado final.

Naturalidade sempre conta nesse tipo de ensaio!

 

 

 

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