A programação do Cine Esquema Novo está bem diversificada

14º Cine Esquema Novo terá premières e muita interação com o público

Com três mostras de filmes e vários eventos paralelos, Cine Esquema Novo segue até o dia 15 de abril

Entre os dias 10 e 15 de abril, os amantes da Sétima Arte poderão se deleitar com a rica e diversificada programação do Cine Esquema Novo – Arte Audiovisual Brasileira, que chega à sua 14ª edição. Os títulos apresentados se dividem em três mostras (Competitiva Brasil, Artista Convidado Welket Bungué e Outros Esquemas) e também haverá atividades como: oficinas, debates e seminários. Por conta das restrições impostas pela pandemia, a programação será totalmente online e gratuita.

“Já que não podemos realizar o festival de forma presencial este ano, decidimos tirar partido de algumas vantagens que o ambiente virtual nos proporciona, como a conveniência de deixar os filmes das mostras em exibição on-line, sem horário ou sessão”, antecipa Jaqueline Beltrame, diretora e curadora do festival. “Vai ser possível assistir a todas as obras e levar a conversa para as redes sociais”.

A interação virtual será um ponto forte desta edição. Iniciativas específicas foram criadas para incentivar a participação do público, como lives curtas no perfil do Instagram do Festival (@cine_esquema_novo). Nelas, a equipe do evento recebe convidados no programa Shot Esquema Novo, debatendo temas relacionados ao audiovisual. Além disso, os filmes exibidos nas mostras irão inspirar encontros online com convidados especiais. As obras estarão disponíveis no site do Festival durante os seis dias de evento e poderão ser assistidas a qualquer horário, on demand.

Mostra principal

Este ano, a Mostra Competitiva atraiu mais de 395 inscritos. O time de curadores formado por Dirnei Prates, Gustavo Spolidoro, Jaqueline Beltrame e Vinícius Lopes avaliou mais de 144 horas de material para selecionar os 31 títulos escolhidos para integrar a principal mostra do festival.

Uma novidade desta edição é que, por conta do formato on-line, a organização criou o “Caderno de Artista”, que destaca vários conteúdos construídos em parceria com cada um dos selecionados em espaços formatados para cada um deles (contendo, além do filme selecionado, uma outra obra que dialogue com o trabalho em competição, entrevistas, informações e outras imagens). 

“Propusemos aos selecionados que compartilhassem nessa área especial do site referências artísticas, inspirações, processos criativos para a realização da obra audiovisual selecionada para a Mostra Competitiva”, contam Jaqueline Beltrame, Ramiro Azevedo, Gustavo Spolidoro e Alisson Avila. “É como se eles abrissem os seus cadernos para o público: o Caderno de Artista. Esse material, que já está disponível no portal, será acrescido, ainda, da exibição do filme selecionado, bem como de uma outra obra à escolha do realizador que seja uma inspiração para seu trabalho. É uma exibição quase dois em um”.

A seleção conta com dez projetos que versam sobre temas como: direitos humanos, fim do mundo, saúde mental, questões indígenas, memória e história, racismo, solidão na contemporaneidade, identidade queer, religiosidade, futuro, exploração da natureza, territorialidade e laços familiares, entre outros.

A lista reúne títulos como O Mundo Mineral, de Guerreiro do Divino Amor (artista contemplado com o Prêmio Pipa 2019 e que participa pela terceira vez do festival), e 13 Ways of Looking at at a Blackbird, de Ana Vaz (que integra a mostra Forum Expanded do 71º Festival Internacional de Cinema de Berlim), cujo título é inspirado em um poema de Wallace Stevens. Já Perifericu, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira, conta a história de Luz e Denise, que cresceram em meio às adversidades de ser LGBTQA+ no extremo sul da cidade de São Paulo.

Títulos de realizadores que já estiveram em edições passadas do Festival também compõem a Mostra Competitiva Brasil, como Performatividades do Segundo Plano, de Frederico Benevides e Yuri Firmeza. Leonardo Mouramatheus, outro veterano do evento, assina A Chuva Acalanta a Dor, baseado no conto Lucrèce, de Marcel Schwob.

#eagoraoque, de Jean-Claude Bernardet e Rubens Rewald, expressa a ansiedade e exasperação dos realizadores com a situação política do Brasil e do mundo. E Lyz Parayzo Artista do Fim do Mundo, de Fernando Santana, acompanha o início da trajetória artística de Lyz Parayzo, artista visual que, por meio de suas obras e performances, põe em discussão o espaço da arte em um corpo não-binário da periferia.

Eu Não Sou Um Robô, de Gabriela Richter Lamas, Maurílio Almeida, Felipe Yurgel e Guilherme Cerón, terá sua première mundial durante o festival. A obra é uma experimentação sobre a solidão e o contato por meio do digital, que se acentuou durante a pandemia. Ao falhar incontáveis vezes em um teste ReCAPTCHA, que diferencia humanos de robôs, a personagem Tânia se pergunta sobre o real e anseia por qualquer tipo de contato presencial e físico.

Artista convidado e Outros esquemas

Já a Mostra Artista Convidado Welket Bungué é dedicada ao artista transdisciplinar lusófono Welket Bungué e destaca seis de seus trabalhos – três deles inéditos, e que irão estrear no CEN: Cacheu Cuntum, que se debruça sobre a cidade de Cacheu, primeiro porto de partida de pessoas escravizadas na Guiné Bissau para o continente americano, Bustagate, documentário experimental sobre violência policial em zonas periféricas de Lisboa, e Mudança, recentemente exibido no Forum Expanded.

A terceira mostra, Outros Esquemas, constitui mais um espaço de expressão da arte audiovisual brasileira e conta com 12 obras vindas de sete Estados (metade delas é assinada por mulheres). No geral, versam sobre assuntos como: diversidade cultural brasileira, movimento feminista surdo, questões LGBTQIA+ e povos originários, entre outras.

O evento ainda promoverá o seminário Pensar a Imagem, uma iniciativa realizada em diálogo com a proposta curatorial do festival para proporcionar encontros temáticos dedicados a discussões sobre questões estéticas, políticas, teóricas, conceituais, narrativas e de consumo relativas às imagens, especialmente à produção autoral e experimental.

Mais informações:

www.cineesquemanovo.org

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