AS SIGLAS DA PRODUÇÃO DE VÍDEO
Descubra os significados de algumas siglas bem utilizadas na área de videoprodução – termos que utilizamos frequentemente, mas cujas origens desconhecemos
Elas estão presentes em todas as áreas do conhecimento humano: são os freios ABS, os localizadores GPS, as pesquisas sobre ELA, os CCDs das câmeras, os HDs dos computadores e até as decisões da ONU… Sim, convivemos com diversas siglas no dia a dia, utilizadas para facilitar a comunicação em variados assuntos.
Em videoprodução não é diferente. A questão é que muitas não são bem conhecidas de todos. Justamente por isso, deciframos um conjunto de siglas comumente empregadas por pessoas da área, sem que se tenha real noção de sua origem e significado. Vamos a elas?
BNC (British Naval Connector ou Bayonet Neil Concelman ou Bayonet Nut Connector):
Existem vários nomes para este conector de cabos coaxiais. O cabo que conecta-se a ele, chamado “coaxial”, é formado por dois condutores, um central – fio grosso de cobre – e outro em forma de malha de fios de cobre envolvendo-o, sendo o condutor central isolado da malha por uma camada de plástico. O BNC é utilizado em aplicações de rede de computadores, no transporte de sinais de aparelhos de medição de altas frequências (osciloscópios, por exemplo) e no transporte de sinais de vídeo (imagem) em aplicações profissionais.
Diferentemente de outros conectores, que podem, por acidente, ser desencaixados com facilidade, o BNC pertence ao grupo de conectores que possuem uma trava de segurança.
BoB (Breakout box):
Apesar de seu nome poder lembrar-nos de algum simpático cachorro, “Bob” tem a ver com a fase de edição em computadores. Normalmente as conexões de cabos em um computador são efetuadas na parte traseira do equipamento, principalmente em modelos do tipo desktop. Nas aplicações de edição, onde há uma placa inserida no computador somente para esta finalidade, as entradas e saídas de áudio e vídeo também acabam situando-se no mesmo local. Em outras palavras, isso significa algumas flexões lombares, contato com poeira e mesas arrastadas, entre outros inconvenientes.
EFP (Electronic Field Production):
É o conceito que se contrapõe ao ENG. Indica o uso de equipamentos e pessoas para gravações externas. Porém, diferentemente da forma ENG de trabalho, a prioridade não é a portabilidade e a rapidez na transmissão das informações (no caso, as notícias), mas a qualidade da captação da imagem. Gravações de shows, eventos, esportes etc constituem exemplos de aplicação deste conceito. As equipes envolvidas em EFP geralmente são numerosas, e os equipamentos, também, podendo envolver centenas de metros de cabos e mais de uma câmera. Muitos desses eventos (transmitidos ou não “ao vivo”) envolvem o uso de veículos especiais que carregam os equipamentos não só para gravação, como para a edição no local das cenas a serem aproveitadas. Fazem parte desses equipamentos mesas de corte (para uso do diretor de imagem), geradores de caracteres, mixers de áudio, geradores de replay e afins.
HMI:
O famoso refletor, inicialmente utilizado em grandes produções, devido à sua alta potência de luminosidade, hoje é encontrado em versões e potências menores, como 500W, por exemplo. Pode ser considerada a versão moderna do antigo arco voltaico de carvão, até então conhecido como a luz artificial de maior intensidade disponível. A sigla HMI provém de abreviações dos nomes dos componentes da lâmpada utilizada nesse tipo de refletor: “H” de Mercúrio (Hg), “M” dos metais raros (metais pouco abundantes na Terra) Dysprosium (Disprósio, elemento 66 da tabela periódica), Thulium (Túlio, elemento 69) e Holmium (Hólmio, elemento 67) e “I” dos elementos halógenos Bromine (Bromo, elemento 35) e Iodine (Iodo, elemento 53). O Mercúrio é o responsável pela geração da luz na lâmpada, a partir da corrente elétrica, os metais raros pelo controle da temperatura de cor dessa luz e o Iodo / Bromo pelo aumento da durabilidade do bulbo da lâmpada, além de garantir que os metais raros permaneçam concentrados na parte principal do bulbo, onde a luz é gerada.
IRE (Institute of Radio Engineers):
A famosa unidade utilizada para medir o brilho da imagem de vídeo tem suas iniciais derivadas do também famoso instituto criado em 1912, atualmente englobado dentro do também famoso IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers, que tem seu nome associado ao padrão FireWire / iLink como IEEE-1394). A escala IRE define, para a imagem, a escuridão total com o valor 0 IRE e o branco total, 100 IRE. Um sinal ideal de vídeo não deve nunca ter intensidade de brilho inferior a 7,5 IRE e nunca superior a 100 IRE – fora destes limites, haverá distorção na reprodução da imagem.