‘A Vida Invisível’ será lançado exclusivamente no Nordeste em 19 de setembro
Premiado longa-metragem, representante do Brasil no Oscar de 2020, será lançado no Nordeste (região do diretor Karim Aïnouz) em 19 de setembro; a estreia de ‘A Vida Invisível’ no restante do país será 31 de outubro
Um dos lançamentos mais aguardados de 2019, o longa-metragem ‘A Vida Invisível’, de Karim Aïnouz, estreará antecipadamente nas telonas do Nordeste do país no dia 19 de setembro. O filme, que ganhará sua primeira exibição em território brasileiro na abertura do Cine Ceará 2019, no dia 30 de agosto, foi escolhido nesta terça-feira, 27 de agosto, como representante do Brasil no Oscar de 2020. Com distribuição conjunta da Sony Pictures e Vitrine Filmes, ‘A Vida Invisível’ estreia nos cinemas das outras regiões do país no dia 31 de outubro.
“Decidimos antecipar o lançamento do filme no Nordeste, com o respaldo comercial das distribuidoras Sony Pictures e Vitrine Filmes, no Brasil, e da Amazon Studios, nos EUA, primeiro, porque o Karim é cearense, e também de modo a atender aos pré-requisitos da Academia para que o filme esteja qualificado a representar o Brasil no Oscar de 2020. Por isso, que quando me perguntam qual filme brasileiro deve ir ao Oscar respondo que não estamos competindo entre nós e não queremos levantar polêmica, pois o momento é de união do cinema nacional, e, por este motivo, acreditamos na autonomia da comissão que irá nomear o filme escolhido para o Oscar”, afirma o produtor Rodrigo Teixeira, da RT Features.
O sétimo longa-metragem da carreira do diretor, que traz no elenco Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavia Gusmão e Fernanda Montenegro, como atriz convidada, vem conquistando prêmios importantes nos principais festivais do mundo, como o Grand Prix da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes –inédito na história do cinema brasileiro –, além de prêmios do público de Melhor Filme e do júri de Melhor Fotografia, no Festival de Cinema de Lima; e o CineCoPro Award, no Festival de Munique.
“Assim como outros filmes brasileiros, ‘A Vida Invisível’ vem fazendo uma grande carreira no exterior desde que venceu o prêmio de Melhor Filme na mostra Un Certain Regard, em Cannes. Obviamente os filmes não têm uma carreira idêntica, mas nunca na história do Brasil tivemos tantos sucessos internacionais como neste ano. A principal vitrine do Oscar é o Festival de Toronto, cuja seleção contém doze títulos que representarão o cinema brasileiro na mesma mostra”, ressalta Teixeira.
Com uma sólida carreira internacional, o filme terá distribuição nos EUA pela Amazon Studios e já foi vendido para mais de 30 países, incluindo Grécia; França; Polônia; China; Hungria; Eslovênia; Croácia; Luxemburgo; Bélgica; Holanda; Sérvia; Argélia; Egito; Iran; Israel; Jordânia; Líbia; Marrocos; Emirados Árabes; Reino Unido; Portugal; Itália; Coréia do Sul; Rússia; Cazaquistão; Ucrânia; Taiwan; Suíça; Espanha e Turquia.
O longa já recebeu elogios de algumas das mais prestigiosas publicações do segmento de cinema no mundo. Segundo David Rooney, do The Hollywood Reporter – que relacionou o filme entre os 10 melhores do Festival de Cannes –, “‘A Vida Invisível’ é um drama assombroso que celebra a resiliência das mulheres, mesmo quando elas toleram existências combalidas”. O crítico ainda chamou a atenção para as texturas brilhantes, as cores ousadas e os sons exuberantes que servem para “intensificar a intimidade do deslumbrante melodrama de Karim Aïnouz sobre mulheres cujas mentalidades independentes permanecem inalteradas, mesmo quando seus sonhos são destruídos por uma sociedade patriarcal sufocante”.
Já para Lee Marshall, do Screen Daily, que também elegeu ‘A Vida Invisível’ como um dos filmes imperdíveis do festival, Karim prova que o “eletrizante e emocionante” filme de época pode ser apresentado de forma verdadeira e ao mesmo tempo ser um deleite. “Com a forte reação crítica e o boca-a-boca que essa contundente e bem-acabada saga familiar parece suscitar, é quase certo que o filme viaje para além do Brasil e dos territórios de língua portuguesa”, prevê o crítico, que adverte: “É melhor você deixar um lenço separado para as cenas finais”.
O jornalista Guy Lodge, da Variety, por sua vez, afirma que o longa-metragem pode ser considerado “um forte concorrente do Brasil na corrida ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro”.
Livre adaptação do romance de Martha Batalha, ‘A Vida Invisível’ é uma produção da RT Features, de Rodrigo Teixeira, em coprodução com a alemã Pola Pandora, braço de produção da The Match Factory, de Michael Weber e Viola Fügen, além da Sony Pictures, Canal Brasil e Naymar (infraestrutura audiovisual), e conta com o financiamento do fundo alemão Medienboard Berlin Brandenburg e do Fundo Setorial do Audiovisual/Ancine.
A Vida Invisível de Eurídice Gusmão
Definido pelo cineasta como um melodrama tropical, a obra apresenta nos papeis principais duas jovens estreantes no cinema. Tanto Carol Duarte, reconhecida por seu trabalho na TV aberta, como Julia Stockler, experiente atriz de teatro, foram escolhidas após participarem de um concorrido teste com mais de 300 candidatas. O elenco traz ainda Fernanda Montenegro, como atriz convidada, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavio Bauraqui e Maria Manoella.
“Eu trabalhei com um maravilhoso grupo de atrizes e atores. Eles são todos muito diferentes, de diferentes gerações, diferentes registros de atuação – e o desafio foi alcançar o mesmo tom, a mesma vibração”, conta o diretor.
“Eu fiquei profundamente tocado quando eu li o livro. Disparou memórias intensas da minha vida. Eu fui criado no nordeste dos anos 60, numa sociedade machista e conservadora, dentro de uma família matriarcal. Os homens ou haviam ido embora ou eram ausentes. Numa cultura patriarcal, eu tive a oportunidade de crescer numa família onde as mulheres comandavam o espetáculo – elas eram as protagonistas”, recorda Aïnouz. “O que me levou a adaptar ‘A Vida Invisível’ foi o desejo de dar visibilidade a tantas vidas invisíveis, como as de mulheres da geração da minha mãe, minha avó, das minhas tias e de tantas outras mulheres dessa época. As histórias dessas personagens não foram contadas o suficiente, seja em romances, livros de história ou no cinema”, completa.
Segundo o diretor, trata-se de um melodrama tropical porque a abordagem mistura preceitos clássicos do gênero, mas com um olhar que busca se adaptar a uma contemporaneidade brasileira.
“Eu sempre quis fazer um melodrama que pudesse ser relevante para os nossos tempos. Como eu poderia me engajar com o gênero e ainda torná-lo contemporâneo e brasileiro? Como eu poderia criar um filme que fosse emocionante como uma grande ópera, em cores florescentes e saturadas, maior que a vida? Eu me lembrava de Janete Clair e das novelas lá do início. Eu queria fazer um melodrama tropical filmado no Rio de Janeiro, uma cidade entre a urbis e a floresta”, pondera.
A colaboração de Rodrigo Teixeira com Karim começou nas origens do projeto. Ao receber o manuscrito de Martha Batalha, o produtor pensou imediatamente no diretor, não apenas pelo estilo de sua filmografia, mas também pela interseção entre o livro e a história familiar do diretor, onde observou a invisibilidade das mulheres conduzidas por uma geração machista.
“Quando eu li o livro eu pensei muito no Karim, tanto pela narrativa ter relação com a história pessoal de vida dele, especificamente com o momento que ele estava vivendo naquela época, e também porque o universo me remetia muito a dois filmes dele: ‘O Céu de Suely’ e ‘Seams’, o primeiro de sua carreira, ambos projetos que falam de mulheres fortes, que lutam para sobreviver na nossa sociedade”, explica Teixeira. “Além disso, há tempos Karim me dizia que gostaria de filmar um melodrama, que queria realizar um longa que se aproximasse de Fassbinder, de Sirk. E vi nessa história da Martha Batalha um potencial melodrama a ser adaptado. Eu e Karim colaboramos há mais de 15 anos e fazia tempo que estávamos buscando uma grande história para voltarmos a fazer outro filme juntos”, continua o produtor.
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As irmãs Guida e Eurídice são como duas faces da mesma moeda – irmãs apaixonadas, cúmplices, inseparáveis. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar com um príncipe encantado e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, a expulsa de casa de maneira cruel. Guida e Eurídice são separadas e passam suas vidas tentando se reencontrar, como se somente juntas fossem capazes de seguir em frente.
Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com a uruguaia Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa – ambientado majoritariamente na década de 50 – foi rodado no Rio de Janeiro, nos bairros da Tijuca, Santa Teresa, Estácio e São Cristóvão.
A direção de fotografia é da francesa Hélène Louvart, que assina seu primeiro longa brasileiro e acumula trabalhos importantes na carreira, como os filmes ‘Pina’, de Wim Wenders; ‘The Smell of Us’, de Larry Clark; ‘As Praias de Agnes’, de Agnès Varda; e ‘Lázaro Feliz’, de Alice Rohwacher, entre outros. A alemã Heike Parplies, responsável pela edição do longa-metragem ‘Toni Erdmann’, da diretora Maren Ade, indicada ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, assina a montagem.
SINOPSE – A Vida Invisível
Rio de Janeiro, 1950. Eurídice, 18, e Guida, 20, são duas irmãs inseparáveis que moram com os pais em um lar conservador. Ambas têm um sonho: Eurídice o de se tornar uma pianista profissional e Guida de viver uma grande história de amor. Mas elas acabam sendo separadas pelo pai e forçadas a viver distantes uma da outra. Sozinhas, elas irão lutar para tomar as rédeas dos seus destinos, enquanto nunca desistem de se reencontrar.
FICHA TÉCNICA
Direção: Karim Aïnouz
Roteiro: Murilo Hauser
Co-roteiro: Inés Bortagaray e Karim Aïnouz
Baseado na obra de Martha Batalha
Elenco: Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flávia Gusmão, Antônio Fonseca, Flavio Bauraqui, Maria Manoella e participação especial de Fernanda Montenegro.
Produtor: Rodrigo Teixeira
Co-produtores: Michael Weber e Viola Fügen.
Empresas produtoras: RT Features, Pola Pandora, Sony Pictures, Canal Brasil e Naymar.
Produtores Executivos: Camilo Cavalcanti, Mariana Coelho, Viviane Mendoça, Cécile Tollu-Polonowski, André Novis Produtor Associado: Michel Merkt
Diretora Assistente: Nina Kopko
Direção de Fotografia: Hélène Louvart (AFC)
Direção de Arte: Rodrigo Martirena
Figurino: Marina Franco
Maquiagem: Rosemary Paiva
Diretora de Produção: Silvia Sobral
Montagem: Heike Parplies (BFS)
Montagem de som: Waldir Xavier
Som direto: Laura Zimmerman
Música Original: Benedikt Schiefer
Mixagem: Björn Wiese
Idioma: Português
Gênero: Melodrama
Ano: 2019
País: Brasil
SOBRE O DIRETOR
Formado em Arquitetura pela Universidade de Brasília, Karim Aïnouz fez mestrado em Teoria e História do Cinema pela Universidade de Nova York e participou do Whitney Independent Study Program. Cineasta premiado e celebrado mundialmente, roteirista e artista visual, realizou diversos curtas-metragens, documentários e instalações. Dirigiu os longas-metragens ‘Madame Satã’ (2002), ‘O Céu de Suely’ (2006), ‘Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo’ (2009, codirigido com Marcelo Gomes), ‘O Abismo Prateado’ (2011, produzido pela RT Features), ‘Praia do Futuro’ (2014), além do documentário ‘Aeroporto Central’ (2018). O próximo longa-metragem, ‘A Vida Invisível’, tem previsão de lançamento no dia 31 de outubro de 2019. Para a televisão, codirigiu com Sergio Machado a minissérie ‘Alice’, filmada no Brasil e transmitida pelo canal HBO em 2008. Aïnouz é um dos tutores do laboratório de roteiros do Porto Iracema das Artes em Fortaleza e membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
SOBRE A RT FEATURES
Fundada e dirigida por Rodrigo Teixeira, a RT Features é uma produtora nacional e internacional de conteúdo cultural e entretenimento para cinema e televisão, com base em São Paulo, Brasil, e escritório em Nova York, nos EUA. Dentre outras produções, seu currículo conta com os longas-metragens ‘O Cheiro do Ralo’ (2006), ‘O Abismo Prateado’ (2010), ‘Tim Maia’ (2014), ‘Alemão’ (2014), ‘O Silêncio do Céu’ (2016) e a série ‘O Hipnotizador’ (para a HBO Latin America em 2015).
No mercado internacional, produziu os longas Frances Ha (2013), O amor é estranho (2014), Love (2015), Mistress America (2015), A Bruxa (2016), Patti Cake$ (2017) e Me chame pelo seu nome (2017), indicado ao Oscar em quatro categorias tendo sido vencedor por Melhor Roteiro Adaptado. Em 2018, entre outros filmes, produziu o novo filme de James Gray, Ad Astra, protagonizado por Brad Pitt, com previsão de estreia em setembro.
Dedicada a trabalhar com jovens e talentosos diretores desde a criação de sua empresa, a RT Features formou uma joint venture com a Sikelia Productions, de Martin Scorsese, com o objetivo de produzir filmes de cineastas emergentes em todo o mundo. O primeiro longa-metragem desta parceria, A Ciambra, estreou na Quinzena dos Realizadores em 2017, e o segundo filme, Port Authority, foi selecionado para o Festival de Cannes e exibido na mostra oficial Un Certain Regard.
A RT Features também teve um terceiro filme exibido em Cannes, The Lighthouse de Robert Eggers, com Willem Dafoe e Robert Pattinson, esteve na Quinzena dos Realizadores, e levou o FIPRESCI – prêmio da crítica internacional, de Melhor Filme.
SOBRE A VITRINE FILMES
Em nove anos, a Vitrine Filmes distribuiu mais de 140 filmes. Entre seus maiores sucessos estão “Aquarius” e “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, de Daniel Ribeiro, e “O Filmes da Minha Vida”, de Selton Mello.
Mais recentemente a distribuidora lançou “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal, o documentário mais visto de 2017 e “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional.
Entre os lançamentos de 2019 estão “Divino Amor”, dirigido por Gabriel Mascaro, “Bacurau”, novo filme do diretor Kleber Mendonça Filho em parceria com Juliano Dornelles, e “A Vida Invisível”, Karim Aïnouz. Além disso a Vitrine Filmes segue pelo terceiro ano consecutivo com o projeto de distribuição coletiva de filmes Sessão Vitrine, que durante o ano todo irá lançar longas nacionais em diversas cidades do Brasil.
SOBRE A SONY PICTURES
A Sony Pictures Entertainment (SPE) é uma subsidiária da Sony Corporation of America, uma subsidiária da japonesa Sony Corporation. As operações globais da SPE abrangem produção, aquisição e distribuição de filmes em cinema, home entertainment, televisão e mídias digitais; uma rede global de canais; operação de estúdio, desenvolvimento de novos produtos audiovisuais, serviços e tecnologias. Tudo isto representa a distribuição de entretenimento em mais de 140 países.
Com presença marcante no mercado nacional, a Sony Pictures distribuiu e/ou co-produziu no Brasil, 22 dos 25 filmes nacionais lançados na década de 90, momento da retomada. Em 2018, através do investimento em inúmeras produções, apostando em novos talentos e diferentes gêneros ao longo dos últimos anos, a Sony chega à marca de mais de 60 filmes nacionais distribuídos e/ou co-produzidos, entre eles: Deus é Brasileiro, O Auto da Compadecida, Carandiru, Cazuza, 2 Filhos de Francisco, Meu Nome Não é Johnny, Chico Xavier, Xingu, Tainá, Confissões de Adolescente, Um Tio Quase Perfeito e Entre Irmãs.
SOBRE O CANAL BRASIL
O Canal Brasil é, hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e cinema do país e um dos maiores do mundo, com mais de 300 longas-metragens coproduzidos só nos últimos 10 anos. No ar há duas décadas, apresenta uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.