O ator Chico Diaz ganhou destaque na 16ª edição da CineOP
Astro de filmes como Amarelo Manga, Corisco & Dadá e Os Matadores o ator Chico Diaz participou de atividades do evento
Nascido na Cidade do México, de mãe brasileira e pai paraguaio, o ator Chico Diaz foi homenageado na edição deste ano da CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto. Com formação em arquitetura e urbanismo, Diaz se iniciou muito cedo nos palcos, quando ainda tinha 14 anos. Mas só ingressou para valer na vida artística em 1982, no filme O Sonho Não Acabou, dirigido por Sérgio Rezende e que também foi o debute de outros nomes consagrados de nossa dramaturgia no “telão” (incluindo Lauro Corona e Miguel Falabella).
“Nosso homenageado começou no teatro no fim dos anos 1970 e, em 1982, atuou em seu primeiro filme”, comentaram Francis Vogner dos Reis e Cleber Eduardo, curadores da mostra. “Ele estreia no cinema no ano posterior do maior êxito de ocupação de mercado da Embrafilme e é quando começa uma crise que anunciava mudanças no mercado local. Por isso, seus primeiros filmes soam como, ao mesmo tempo, o início e o ocaso de uma geração”.
Estilo único
O ator se consagrou nas telas alguns anos depois, por meio de longas como A Cor do Seu Destino e Amarelo Manga (pelo qual foi laureado com o prêmio Festival de Brasília). Outro de seus trabalhos marcantes se deu no filme Corisco & Dadá (o que lhe rendeu mais um prêmio importante, o de Melhor Ator no Festival de Gramado). No período da Retomada, o ator participou de sucessos como: Os Matadores (1997), dirigido por Beto Brant, e Baile Perfumado (1996), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira. Além de filmes, o currículo do ator é pontuado por expressivos trabalhos na TV e no teatro.
“Seu rosto de traços fortes ajuda a delinear um estilo, marcado por uma vocalização singular, grave e flexível, modulada por performances versáteis, o que impõe uma qualidade intensa de presença”, destacam os curadores. “É evidente que seu processo é, ao mesmo tempo, sensível e minucioso, e também de uma inteligência rara”.
Consagração no cinema
Em uma entrevista realizada pela Universo Produção (que fez parte da homenagem ao ator), Diaz falou sobre sua experiência no cinema e identificou esse nicho do audiovisual como aquele que o projetou nacionalmente. “Claro que já havia um fazer poético, uma forma de eu ver a vida que se cristalizaria de alguma forma, e isso veio a partir do cinema”, conta o ator.
No que se refere aos papéis que interpreta, o ator diz que “é preciso ter um canal de afeto muito grande pelo ser que você vai representar”. Em uma reflexão sobre a carreira, Diaz ainda afirma que sua trajetória talvez se deva à vontade de querer aprender com o entorno que o cerca. “É importante se colocar de uma forma justa e adequada, para que o personagem esteja conforme o momento histórico, geográfico e o que aquele povo realmente é”.